quinta-feira, 25 de agosto de 2011



Aquela rua era mais larga. Muita gente andava por ela. Pessoas bonitas, bem vestidas, mulheres de salto alto, muita vaidade, homens de terno e gravata, muito de cada um por si. Muitos desejos estavam lá, muitos sonhos, muita gente sorria com uma máscara pra mim. Era quase impossível saber o que estava por trás de tudo aquilo. Mas conforme o tempo me dava oportunidade, eu as via caindo, desesperadas, com fome de algo que não tinha ali pra comer e com muita sede, por que ali estava muito calor. Eu não entendia. Mas o ambiente era tudo que queria, me satisfazia. A minha mesa era farta. O que poderia vir, não me importava. Eu estava bem, ou talvez, achava estar. Haviam atalhos pra tudo que eu queria na vida. As regras poderiam ser quebradas e eu abria minhas excessões. Mas um dia me apresentaram pra um tal de caminho estreito. Lá as pessoas se sentiam saciadas com um gole d’água. Lá, as pessoas, choravam e derramavam lágrimas verdadeiras, mas não era de tristeza, eram lágrimas seguidas de um conforto e de um colo que qualquer um quer nessa vida. Lá, as dificuldades eram maiores, mas se ouvia dizer muito que era o necessário pra vencer. Lá, as ruas eram de barro, as casas eram simples e era apertadinho o caminho. Era diferente. No largo, as pessoas estavam vivendo pra morrer. No estreito, ela morriam pra viver. Eternamente.

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